BLOG DA JACARANDÁ

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segunda-feira, 16 de agosto de 2010

O tapa não educa

A imprensa tem divulgado intensamente o projeto de lei que proíbe a palmada na educação das crianças. Que tema polêmico! A palmada de fato não é um dispositivo eficiente para educar as crianças, que diferentemente dos animais de estimação, pensam e se constituem subjetivamente, e portanto podem aprender o que é certo e errado a partir da experiência e de um bom modelo dos adultos e não de um condicionamento: uma malcriação – um tapa / um bom comportamento – um doce.


Por outro lado, será que é a lei que vai garantir uma postura equilibrada e sensata dos pais diante de seus filhos?

Quem tem filhos e os ama sabe que, mesmo com as mais profundas convicções de que não se educa bem ninguém com tapa, algumas vezes as crianças nos tiram do sério... E podemos ser “violentos” com palmadas ou com atitudes, palavras etc. As relações de amor comportam em si uma certa dose de agressividade, de energia, que nos faz ter forças para acordar de madrugada, para ler dez vezes a mesma história, para lembrar diariamente que é preciso escovar os dentes.

A lei já prevê punição para qualquer cidadão que cometa maus-tratos ou imponha castigos físicos contra uma criança. Será que é necessária outra lei? Vale a pena ler também: um artigo do Prof. Lino de Macedo e outro do Contardo Calligaris, ambos também citados no blog da Escola da Vila

um abraço
Vitória

4 comentários:

  1. Eu fui criado com palmadas. Por nota baixa, por irritar minha mãe etc. Mas fui criado com muito amor e sabedoria também. Acho que as palmadas eram consequência de pais desinformados, sem noção etc.

    Meus pais vieram de uma cultura que tinha um lema: "quem ama, dá umas palmadas", ou algo do gênero. Em hebraico, essa frase tem rima.

    Não vejo a cena de eu dando umas palmadas nos meus filhos. Quando olho para minha filha, me vem a certeza, com evidências reais, que ela veio para este mundo para ser amada.

    Não estou defendendo a palmada, nem a ausência dela, mas muitas vezes essas diretrizes de como criar os filhos me parecem ondas que vem e vão, sobem e descem, mudam e desmudam de acordo com a mente coletiva vigente.

    Sou o que sou hoje devido a soma de tudo isso: amor e palmadas. Eu gosto do que sou. Outra pessoa, com exatamente a mesma criação, seria diferente. Talvez mais traumatizada, talvez mais forte, sei lá. Educação não é uma ciência exata e isso é legal.

    Prefiro pensar que cada um vem ao mundo buscando exatamente o que precisa. Uns amor, outros palmada. É uma escolha intrínseca, inexplicável. Cabe a mente coletiva vigente definir limites que moldarão a próxima mente coletiva. No máximo vamos pagar por isso.

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  2. http://avi.alkalay.net/2010/08/entre-amor-e-palmadas.html

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  3. Você tem razão: educar não é mesmo uma ciência exata. Por isso, ao
    >educar crianças nos deparamos com tantos dilemas.
    > É interessante pensar que cada um vem ao mundo em busca do que
    >precisa, mas não consigo imaginar que alguém precise de palmada.
    > Avi, obrigada pela sua participação! Espero que outros pais entrem
    >na nossa conversa.
    > um abraço
    > Vitória

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  4. Em alguns países muçulmanos,o homem tem o respaldo da lei para bater na esposa,afinal,ele é o chefe da família e o provedor.Os muçulmanos entendem que isso confere aos maridos o direito de "educar" uma esposa mal comportada ou que não o respeita.
    Muitos dizem que a lei contra a palmada seria uma intromissão do governo na vida privada do povo.Mas,e se nesses países muçulmanos que permitem que o homem bata na mulher,resolvessem criar uma lei proibindo esse tipo de comportamento?Com certeza,os muçulmanos também diriam que o governo estaria se intrometendo na vida privada das pessoas.
    Há tempos os psicólogos defendem que bater nos filhos não é a solução, afinal nem mesmo os cavalos apanham durante a domesticação hoje em dia, além de, haver leis que protegem os animais e o adulto de lesão corporal, enquanto a criança não está sob qualquer proteção neste sentido.Há o estatuto da criança e do adolescente,mas este não pode impedir que os pais deem uma "surrinha" nos filhos.
    Há quem diga que quem defende a lei,é porque não tem filhos e não sabe como é difícil,às vezes,ter paciência com eles.Pois eu digo que já vivi sozinho com uma avó,muito velha e senil,que me fazia ficar nervoso todos os dias com suas infantilidades,rabugices e esquisitices.Será que isso me outorgaria o direito de bater na minha avó?Pensem,ela era como uma criança.
    Vamos imaginar que fosse permitido que os adultos levassem palmadas de suas autoridades,no escritório, nas ruas,por não cumprirem determinado trabalho,horário ou desobedecessem as leis.Já refletiu sobre o quanto seria humilhante essa situação?E se fôssemos (nós adultos) punidos com uma palmada por fumar cigarro em ambientes fechados ao invés de uma multa?
    A implantação da lei pretende fazer com que os pais se conscientizem do potencial de aprendizagem que os filhos tem (tanto quanto qualquer um de nós) e, qualquer dificuldade nessa área, na área da educação, deverá ser entendida como um problema dos pais e não dos filhos.
    Muitos pais, ainda sofrem dificuldades em extinguir o hábito das palmadas por falta de "técnica".
    Mas sim, existem técnicas que,se bem admnistradas, auxiliam os pais a evitar as palmadas na maioria das vezes, mesmo porque , a palmada não resolve o problema, apenas faz com que a criança cumpra o exigido em determinado momento.Essa atitude faz com que o filho obedeça por obrigação e não por educação.A consciência do erro só deverá ser assimilada algum tempo depois, quando já não houver ressentimento por parte da criança.
    Se, bem educada (nesse sentido), essa criança educará bem seus filhos e, colocaremos um fim a essa cultura tão desnecessária.
    O problema é que, nem todos os pais ou pretendentes à pais, têm acesso a esse tipo de técnica ou educação, ou seja, muitos não aprenderam a não bater!
    Mesmo aqueles pais que se gabam por nunca haver dado algumas palmadas nos filhos, podem estar errando na educação das crianças por serem permissivos demais e, podem acabar por perder o controle da situação acreditando que esta seja a maneira mais correta de educar.

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